Do G1 Região Serrana
Moradores que tiveram as casas condenadas pela Defesa Civil e deixaram o local em março de 2013 após a forte chuva que atingiu Petrópolis, na Região Serrana do Rio, agora assistem a invasão do local sem terem recebido as indenizações. Os invasores já estão até reformando os imóveis na Rua Otto Reymarus, no bairro Morin, como mostram as imagens feitas nesta sexta-feira (19).
Ana Paula de Jesus Costa, de 27 anos, deixou a própria casa e passou a viver de aluguel social. Além de receber o benefício atrasado, devido a crise financeira anunciada pelo Estado do Rio, ela agora teve a casa invadida.
“Umas pessoas que a gente não conhece estão morando lá. A gente não pode morar, mas outras pessoas podem?”, questiona Ana Paula, acrescentando que, na época, aproximadamente 194 casas foram condenadas.
Em julho de 2015, a Secretaria Estadual do Ambiente (SEA) afirmou que iria iniciar o pagamento de indenizações às famílias que residem em áreas de risco em Petrópolis através do programa Morar Seguro.
"Os primeiros contemplados são 39 moradores da Rua Otto Reymarus, que receberão um total de R$ 3,2 milhões", diz o órgão, afirmando ainda que o projeto prevê, além do cadastramento e indenizações, a demolição das residências após a saída dos moradores e o reflorestamento das áreas de risco. O conteúdo está disponível no site do Governo do Estado do Rio.
Ana Paula ressalta que os governos municipal e estadual estão cientes da invasão.
“O Inea diz que não pode fazer nada. Sobre a indenização, eles dizem que algumas famílias têm direito, que teria uma verba de R$ 4 milhões, mas depende da assinatura do ministro. Só que isso foi falado para a gente há mais de dois meses”, reclama Ana Paula.
O G1 questionou o Governo do Estado sobre o atraso no início do programa Morar Seguro e aguarda um posicionamento. A equipe de reportagem espera também esclarecimentos do município e do estado sobre a invasão das casas e sobre quais medidas serão tomadas.
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