sexta-feira, 20 de maio de 2016

PASSEATA NESTE SÁBADO VAI PEDIR O FIM DA EXPLORAÇÃO DE CAVALOS NA CIDADE

Foto: divulgação
A discussão em torno dos cavalos que tracionam as charretes que fazem ponto em frente ao Museu Imperial ganhou um novo capítulo neste mês. A polêmica voltou à tona na sexta-feira, (13), quando um cavalo caiu e se enrolou nas rédeas, que tiveram que ser cortadas às pressas para que o animal não morresse sufocado.  O acidente aconteceu na Rua Barão do Amazonas, no Centro, e registrado em vídeo amplamente divulgado nas redes sociais, o que gerou uma série de protestos. Um ato em defesa dos animais, pedindo a extinção das Vitórias, como são chamadas as charretes, está marcado para este sábado (21).

Sobre o ocorrido, a Coordenadoria de Bem Estar Animal do município emitiu nota informando que o charreteiro envolvido no caso teve sua licença temporariamente suspensa. O órgão afirmou ainda que todos os cavalos das Vitórias passam por exames periodicamente, tendo o último sido realizado em abril, quando não foi constatado qualquer problema. Apesar disso, um grupo de cidadãos indignados com a exploração dos animais para tração de charretes, exige o fim das atividades e a implementação de veículos alternativos como o tuk tuk, uma espécie de carrinho que pode ser movido a combustível comum ou ainda a eletricidade. Segundo eles, além de libertar os cavalos do que chamam "escravidão", os carrinhos seriam uma ótima atração turística, além de não poluírem o meio ambiente. Para chamar a atenção das autoridades para o assunto, uma passeata está marcada para o próximo sábado (21), às 9h da manhã, com concentração marcada na Praça dos Expedicionários, em frente ao Theatro Dom Pedro.  Segundo a página no Facebook destinada ao evento, cerca de duas mil pessoas já confirmaram presença.

Para uma das organizadoras da manifestação, Fernanda Alves, o movimento não é contra os charreteiros. "Somos contra a exploração e uso dos animais nas Vitórias,  podemos substituir as charretes por veículos motorizados e permitir um trânsito mais seguro, bem como bicicletas tamanho família e outros veículos. Nossa luta é contra os maus tratos aos animais", disse.

O empresário do setor turístico Bernardo Filho também vê com bons olhos a ideia dos carrinhos elétricos e ainda vai mais longe: "Uma solução inteligente seria a prefeitura comprar os carrinhos e cedê-los aos charreteiros,  permitindo propaganda nestes veículos. Qual empresa não pagaria bem para ter sua imagem associada a uma ação benemérita dessas onde, todos saíriam ganhando?", perguntou.

Outra frente contra a exploração dos cavalos também está aberta no âmbito legislativo. Na terça-feira (17/05), a vereadora Gilda Beatriz consegui aprovar na Câmara, um requerimento para a criação uma comissão visando facilitar o diálogo entre as pessoas contra e a favor das charretes e ainda os próprios charreteiros que dali tiram os sustento de suas famílias.

"Não se pode negar que esse tipo de serviço, ao longo dos anos, criou uma identidade turística em Petrópolis, por isso talvez a resistência de muitos em extinguí-lo, substituindo por um outro meio de locomoção para os nossos turistas. No entanto, também não há como nos enganarmos; não podemos nos quedar omissos diante de recorrentes casos de maus tratos aos cavalos utilizados em charretes.  a comissão da qual serei a presidente irá buscar alternativas que possam ser implementadas para o bem dos cavalos e para os charreteiros, com propostas profissionais que sejam justas para eles. Temos o exemplo de Paquetá, que finamente substituirá a tração animal por veículos elétricos, ecologicamente corretos e viáveis como fonte de trabalho e de renda. Convido a todos a acompanharem o trabalho dessa Comissão, participando com críticas, sugestões e ideias", disse a vereadora.

O serviço oferecido pelas Vitórias, nome dado em homenagem à rainha Vitória, acontece na cidade desde os anos 40 e foi tornado oficial através do decreto nº 867, de 27 de maio de 2004.

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